A Esposa Piedosa: Vivendo a submissão em um mundo Feminista por Albaneide Araújo
Vivemos em um momento da história humana, de desvalorização das verdades bíblicas, e assistimos com tristeza a inversão dos papéis dentro do lar. Como diz Jen Wilkin na citação acima, temos facilidade de nos desviar do nosso propósito e da vocação que Deus nos deu e isso fica claro dentro do casamento. Incentivadas pelas ideias feministas que colocam o eu no centro, em detrimento da família, mulheres tem acreditado que o casamento é uma prisão para o seu espírito aventureiro.
Quando a lua-de-mel termina, uma jornada nova se inicia, e a partir desse momento começamos a ver mais claramente o quanto é difícil conviver com outro pecador de uma forma tão íntima como no casamento. Nesse momento os conflitos surgem e nem sempre sabemos resolver cada um deles, mas reconhecemos que o futuro da nossa família depende de nossas ações no presente momento. Não importa se nós temos 10 meses ou 10 anos de casada, algo já ficou claro, a nossa compreensão sobre o papel da esposa no casamento, os efeitos que ela tem em seu lar e o impacto de seu testemunho nos que estão a sua volta podem tornar mais fáceis ou mais difíceis os anos que vem pela frente.
Não estou descartando o papel importantíssimo do esposo no sucesso do matrimônio, mas nosso foco na palestra de hoje será observar o que a esposa que deseja cultivar a piedade em seu papel como auxiliadora deve proceder, a começar da disposição de seu próprio coração para aceitar as exortações do Senhor.
Com o passar dos anos de casamento, as condições financeiras podem mudar, nossas emoções podem variar, a cada gestação nosso corpo vai se transformar, mas existe algo que nunca sofre variação. A palavra de Deus é a nossa regra de fé e prática cristã dentro e fora do casamento, e todas as suas promessas para a mulher que teme ao Senhor vão se cumprir em nossa vida. O Deus que instituiu o casamento é o mesmo Deus que cumpre todas as suas palavras e podemos crer que Ele é a nossa rocha firme na qual nosso casamento está sendo construído.
Ouvimos em diferentes lugares ideias sobre a inversão de papéis dentro do lar como se isso fosse um avanço da sociedade pós-moderna. Mas será que estamos realmente avançando? Será que temos casamentos mais felizes do que nossas avós e nossas mães tiveram? Onde está a felicidade prometida pela revolução sexual nos anos 60 e pelo feminismo desde meados de 1920? Porque continuamos tristes, com casamentos dilacerados e as taxas de divórcios só aumentando?
As respostas as perguntas que nos inquietam está na palavra de Deus que contém a voz do nosso criador nos orientando em nosso chamado como esposas e nos exortando a não nos desviarmos apesar dos apelos desse mundo pós-moderno.
Olhando para a palavra de Deus desejo responder as seguintes perguntas: O que é ser uma esposa piedosa a luz da palavra de Deus? Como outras mulheres do passado exerceram a piedade dentro do casamento? Quais os efeitos que uma esposa piedosa produz dentro do seu lar? E vamos ver alguns conselhos práticos que nos ajudarão a sermos esposas piedosas.
1. O que é uma esposa piedosa?
1.1- A primeira marca da esposa piedosa é que ela é uma serva de Deus busca fazer o correto uso dos meios e graça. A piedade bíblica só é possível, por meio do exercício da obediência a Deus, em todas as áreas de nossa vida, ou seja, sem uma genuína conversão não é possível cultivar uma vida piedosa. Uma mulher que ainda não nasceu de novo nunca poderá fornecer a seu esposo atitudes piedosas, pois ela está morta em seus delitos e pecados. Mas a mulher que nasceu de novo (Jo 3.7), ama a Deus e demonstra esse amor analisando as Escrituras para aprender o que a bíblia diz sobre cada área da sua vida.
Se você está assistindo esse vídeo, porque se interessou pelo tema, mas ainda não entregou sua vida a Cristo como seu único e suficiente salvador, saiba que Deus deseja fazer algo mais maravilhoso do que salvar o seu casamento terreno, Ele deseja salvar a sua alma, que é eterna e que nunca morrerá. Por isso não permita que você passe por essa vida sem se arrepender dos seus pecados. Busque uma igreja genuína em que haja a pregação fiel da palavra de Deus, busque ser pastoreada e ter comunhão com os seus irmãos em Cristo. É certo que você vai achar apoio para crescer nas verdades de Deus e aprender o que Ele deseja para sua vida.
Mary Beeke diz: “A esposa piedosa é abençoada quando ela ama a Deus acima de todas as coisas, e a Sua Palavra está escrita no seu coração e é demonstrada em sua vida”. Portanto, a esposa piedosa não pensa sobre si mesma mais do que realmente é, uma pecadora sem méritos nenhum. A esposa piedosa busca estar em constante comunhão com Deus, por meio do correto uso dos meios de graça (leitura bíblica, oração, comunhão dos santos e participação nos sacramentos ‘batismo e ceia’), pois se enxerga como carente da sabedoria de Deus para reger seu lar.
Uma das esposas piedosas que conhecemos da história da igreja, chamada Sara Edward, (1710-1758), esposa de Jhonatan Edward (1727-1758) usou os meios de graça de forma muito sábia. Ela viveu em uma época em que as mulheres não tinham nenhuma das facilidades tecnológicas que temos hoje, ela tinha 10 filhos e gerenciava os negócios da família como aquela mulher de provérbios 31 que faz as finanças renderem e ainda investe em novos negócios, mas sem renunciar à devoção a Deus. Os historiadores dizem que ela tinha momentos de deleite espiritual, inclusive descritos em textos do diário de seu esposo Jhonatan.
Nós reclamamos tanto, que não temos tempo para nossa vida devocional, quando a verdade é que usamos mal o tempo que temos. São as mesmas 24 horas que existiam nos séculos passados, mas temos errado em priorizar as coisas desse mundo em detrimento das coisas de Deus. Temos que buscar organizar nosso tempo para colocar a devocional como um item na primeira linha da lista de tarefas do nosso dia.
Aplicação: Cultivemos o hábito da leitura bíblica com oração, sem isso seguimos fracas para lutar contra pensamentos pecaminosos e tentações da nossa carne. É lendo a bíblia e orando que nossa consciência de pecados e do perdão de Deus vai sendo fortalecida e nos tornamos mais aptas para cumprir nossa vocação como esposas. Nesse sentido a mulher mais forte não e a que faz tudo sozinha, ou a que esta melhor fisicamente, mas a mulher mais forte é aquela que está aos pés de Jesus. Ele nos torna fortes, mediante o uso dos meios de graça que temos a mão dia após dia para vivermos vidas completas de alegria e esperança.
Tornemos a oração um hábito durante o nosso dia, sejam esses momentos mais longos ou mais curtos. Gaste tempo lendo sobre a oração e exercitando os elementos de uma oração que agrada a Deus. O livro “oração do dever ao prazer” de J.I.Packer e Carolyn Nystrom faz um estudo panorâmico sobre a prática da oração, indico a leitura e uma série de estudos feitos pelo pastor de minha igreja, deixarei o link da playlist na descrição do vídeo.
Ore por seu esposo, colocando todas as áreas da vida dele diante do Senhor. Se você tem se preocupado com o bem-estar físico dele, se preocupe ainda mais com o estado de sua alma. Você, depois de Deus é quem sabe mais sobre as dificuldades de seu esposo. Esse conhecimento não está em suas mãos para o chantagear, mas para que você faça disso um motivo para dobrar os seus joelhos em súplica a Deus pela vida dele.
Caso você esteja casada com um homem que rejeita as verdades de Deus, seu papel é ainda mais importante, não para ensinar a bíblia a ele ou exortar suas atitudes pecaminosas, mas para servir a ele e a sua família com sabedoria e respeito buscando testemunhar em silêncio das verdades de Deus. E orando pela alma dele, para que seja quebrantada pelo Espírito Santo de Deus. É o que nos aconselha o apóstolo Pedro em 1 Pedro 3.1-2: “Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês”
Se seu esposo é um ministro do evangelho ou se desempenha qualquer responsabilidade na igreja ore especificamente por isso. Muitos pastores poderiam ser mais abençoados se a mesma mulher que divide com eles a vida, também intercedesse diariamente e detidamente a Deus pela capacitação deles para o ministério. Conheço uma mulher que além de orar de forma detida por seu pastor e esposo também fazia orações curtas todas as vezes que ele subia ao púlpito. Ela orava em pensamento “Senhor, fale a ele e por meio dele”.
Que nosso bom Deus nos desperte a priorizar nosso momento de devoção, mesmo nos dias mais atarefados, certamente um dia cheio precisará de uma porção de graça maior do Senhor que podemos começar a colher no alvorecer do dia.
1.2- A segunda marca da esposa piedosa é a fidelidade as Escrituras. Como falamos na introdução, estamos em um mundo de valores invertidos, logo, ouvimos mentiras, falsos ensinos e pensamentos antibíblicos sendo proferidos até por pessoas do nosso “convívio evangélico” tentando tornar a bíblia mais uma das várias verdades possíveis. O apóstolo Paulo chama esses enganos mundanos de “Fábulas profanas”, vamos ler o texto em que isso fica bem claro. Em 1 Timóteo 4.6 e 7, Paulo diz:
“Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade”
O pastor Augusto Nicodemos comentando esse versículo 7 diz que o apóstolo Paulo estava orientando Timóteo a rejeitar os falsos ensinos chamados por ele de “Fábulas profanas de velhas caducas” e que estavam sendo inseridos no meio da igreja que inclusive proibiam o casamento. Essas fábulas negavam os ensinamentos da palavra de Deus e precisavam ser combatidas com o verdadeiro Evangelho.
As fábulas profanas criadas pelas ideologias feministas sãos as que mais tem escravizado mulheres na atualidade. Elas atacam um princípio bíblico muito importante, o da inerrância das Escrituras dizendo que a bíblia é um livro como outro qualquer, desatualizado e fora de contexto, mas isso não poderia estar mais errado. A própria Escritura confirma sua veracidade quando diz que a palavra de Deus é perfeita e restaura a alma é fiel e dá sabedoria ao símplices (Salmos 19.7).
A mulher piedosa tem a bíblia, como o seu manual de instruções para toda a sabedoria que precisar. Ela se exercita na piedade ao amar as Escrituras ao invés de se deixar levar pelos apelos feministas que tornam o casamento uma criação humana só para destituí-lo do valor e orientação dados por Deus. Ela sabe que seu valor está em Cristo, como consequência não deixa que valores mundanos definam o que os seus relacionamentos serão, as escolhas que farão, a base da sua esperança, ou como temos falado, o seu papel como esposa.
Anna Reinhard (falecida em 1538), esposa de Zwíglio (1484-1531) um dos reformadores da igreja, viveu na Suíça no século 16, em pleno período da Reforma Protestante. Esse foi um momento singular na história da igreja de grande perseguição contra os cristãos que defendiam, dentre outras coisas que a Escritura fosse lida e estudada por todas as pessoas e não como propriedade somente dos padres e líderes da igreja católica romana.
O esposo de Anna não se intimidou pela perseguição, mas antes, trabalhou arduamente para que cada irmão tivesse um exemplar das escrituras em seus lares. Anna em especial, se esforçou para que as mulheres e crianças aprendessem a ler para ler a bíblia em sua própria língua e por meio de suas ações auxiliou seu esposo no cuidado com os menos favorecidos de sua congregação. Ela foi descrita por Zwíglio como “Bênçãos após a escuridão da noite” e a despedida deles dois foi documentada pelos historiadores como um momento de grande emoção, porém de resignação pelo que estava por vir.
Aplicação: Da mesma forma que nossas irmãs do passado lutaram, lutemos hoje, queridas irmãs, com todas as nossas forças, para estudar fielmente as Escrituras, pois elas farão a diferença nos dias de abatimento da alma, e nos livrarão de cairmos nas fábulas profanas do maligno sobre nosso chamado e vocação. Conheça o que a Escritura diz sobre Deus, sobre nós, sobre o nosso chamado, sobre maternidade e todas as outras temáticas principais da vida cristã. Somente assim saberemos detectar o falso evangelho e caso você tenha vivido debaixo de princípios antibíblicos para o casamento, o arrependimento de seus pecados e se voltar a Cristo em obediência a sua palavra.
Seja aquela mulher de Tito 2 que estuda a palavra e vive por meio dela, assim tem condições de ensinar outras mulheres sobre como amar o marido e cuidar dos seus filhos. Como vamos nós mesmas amar nossos maridos e ser a eles submissas se não conhecemos as Escrituras? A consequência mais provável é que vamos perecer as fábulas profanas que temos ouvido. Como vamos ensinar nossos filhos se nós mesmas não conhecemos a palavra de Deus. Minhas irmãs, não permitamos que os anos dos nossos filhos ao redor de nossa mesa passem sem que lutemos pela alma deles para inculcar a semente do evangelho em seus corações.
1.3- A terceira marca de uma esposa piedosa é o auxílio: Nascemos em um contexto que vê o auxílio como uma posição humilhante. Somos estimuladas pelas diferentes mídias a sermos as líderes do nosso lar, e pela nossa natureza pecaminosa desejamos ser a que sempre dá a última palavra nas decisões da família. Mas porque as mulheres que lideram seus lares dessa forma se sentem tão carregadas de trabalho, tristes e vazias?
Deus deu ao homem a autoridade para liderar a sua esposa, quando o colocou como cabeça do lar. Enquanto a esposa foi criada por Deus para auxiliar “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gênesis 2:18). Perceba que fomos a última criação de Deus com um objetivo de complementar aquilo que faltava no homem.
A esposa piedosa tem alegria em ser auxiliadora do seu marido no chamado que Deus deixou para ele. Nosso bom Deus sabia que seria muita coisa para Adão fazer sozinho. E nem é do agrado do Senhor que apenas um tivesse em si todas as características comunicadas por Deus. Há aqui o ensino da complementariedade. O homem precisa da mulher para que juntos possam construir um lar seguro e em que o evangelho vai ser dito e visto na vida dos pais.
Ser auxiliadora idônea indica que a esposa piedosa busca desempenhar o seu papel como uma ajudadora compatível, correspondente e complementar do seu marido. Ela estaria ao lado dele e o ajudaria nas mais diversas áreas da vida. Katheen Nielson explica o termo auxiliadora dizendo: “Um auxiliador (ou uma auxiliadora) é simplesmente alguém que ajuda outrem. O ato de auxiliar não diminui o auxiliador. De fato, é exatamente o contrário”.
O auxílio não diminuiria a mulher, tendo em vista que o próprio Deus se apresenta nas escrituras como o auxiliador do seu povo. “O termo “ajudante” (em hebraico, ezer) denota força — com frequência, a força que vence as batalhas. De fato, em todo o Antigo Testamento, essa palavra é usada para descrever Deus, na medida em que ele ajuda seu povo”. Foi dado a mulher um papel magnifico de espelhar Deus inclusive em um aspecto específico da imagem dele, que é no auxílio.
Lemos sobre o Deus auxiliador em Salmos 118.7. “O Senhor está comigo entre os que me ajudam; por isso, verei cumprido o meu desejo nos que me odeiam” O nosso Deus comunicou esse aspecto da sua pessoa as mulheres para exercerem em todas as fases da vida.
“Esse papel de auxiliadora que a mulher tem é um chamado elevado: algo por meio do qual ela reflete a imagem de Deus, seu Criador — e por meio do qual ela serve a Deus ao andar conforme sua Palavra”
Idelette D’Bures (?-1549), esposa de João Calvino foi um exemplo de esposa auxiliadora que em momentos de grande aflição de seu esposo ela teve uma função primordial para o animar e o lembrar de que toda aquela aflição deveria produzir perseverança e confiança na vontade soberana de Deus. Seu testemunho de uma auxiliadora física e emocional nos inspira a sermos nós mesmas auxílio aos nossos esposos encorajando-os em todos os desafios que se mostram a sua frente.
Aplicação: Quantas vezes somos tomadas pelas tarefas do dia e nos descuidamos de exercitar atentamente ouvir nosso esposo nas suas lutas, apreensões e dúvidas, típicas de quem tem a responsabilidade pelas decisões que podem mudar os rumos da família. Quantos esposos poderiam ser mais auxiliados por suas esposas se tivessem mulheres menos amargas e ácidas com quem conversar ao final do dia.
Quando éramos a namorada e noiva de nosso esposo nos esforçávamos por estar com ele e nos inteirar daquelas atividades que ele gostava de fazer, havia uma amizade e conversas eram muito frequentes. Por que hoje não temos mais essa dedicação para cultivar o companheirismo ao lado deles? Mary Beke comentando sobre a esposa piedosa diz: Ingresse no mundo dele perguntando-lhe como foi o dia. Mantenha-se conectada. Converse sobre seus pensamentos e sentimentos, sobre coisas naturais e espirituais.”
O marido, como líder da esposa, deve fornecer-lhe amparo financeiro, espiritual e físico. Aceite esse apoio, aprecie-o de todo coração; isso trará benefícios para você. Às vezes os maridos não se sentem encorajados em apoiar e amparar a esposa. A razão é que muitas mulheres agem como se não precisassem desse amparo. Elas agem de forma tão auto-suficiente e independente que acabam por sufocar essa dimensão da função do marido. Aceite a proteção instintiva de seu marido, aprecie-a e diga a ele que você gosta disso. Assim, ele será o cabeça do lar e você, alegremente, poderá se submeter a ele.
Richard Baxter comentando sobre a finalidade do casamento diz: “estimular um ao outro à fé, ao amor, à obediência e boas obras: advertir e ajudar um ao outro contra o pecado e todas as tentações; unirem-se no culto a Deus em família e em privado: preparar um ao outro para a proximidade da morte e confortar um ao outro com a esperança da vida eterna”. Vamos ser cobradas diante de Deus por termos exercido ou não o serviço ao nosso esposo de modo piedoso. Não queira olhar para trás depois de anos de casamento e encontrar-se em falta diante de Deus e de seu esposo.
1.4- A quarta marca da esposa piedosa é que ela é submissa: Em nossos dias a palavra “submissão” é quase uma afronta as mulheres que abraçaram o feminismo enquanto bandeira de “luta”. Mas apesar do movimento feminista usar a palavra submissão fora do seu real sentido, não são elas que definem o que e submissão, somente a palavra de Deus tem as verdadeiras instruções sobe a submissão.
Somente em seu nascedouro, o movimento feminista, teve um real interesse por ajudar as mulheres, solicitando aos legisladores o direito a voto e compra de propriedade após o casamento. Porém, logo que se iniciou em meados de 1920 a indignação não parou por aí. As sucessoras do movimento feminista passaram a se posicionar contrárias ao casamento por enxergarem nele a condição de anulação das mulheres e começaram a encarar o cristianismo como uma religião opressora contra as mulheres.
Por isso, antes de dizer o que é submissão, eu preciso pontuar o que não é submissão.
· Não é inferioridade: Ser submissa ao seu próprio marido indica ser orientada por um líder e não ser desprovida de valor pessoal. Ou seja, a autoridade do marido não é algo que ele tem por que é mais forte fisicamente, ou mais inteligente, ou porque tenha outra pretensa superioridade, mas porque ela foi delegada por Deus. Veja que ele não pode liderar sozinho, a esposa complementa seu marido no cuidado do lar e administração da família.
· Não é uma obediência incondicional, se a submissão da esposa ao marido implicar na sua insubmissão a Cristo, ela deve desobedecer ao marido, para obedecer a Cristo. Ser uma esposa piedosa não implica em apoiar toda e qualquer decisão do marido. O pecado sempre será pecado, mesmo que ele venha da parte do seu esposo.
· Não é escravidão, mas liberdade. Mesmo sendo submissa a esposa continua tendo suas opiniões e podendo comunicar cada uma delas ao seu marido com sabedoria e discernimento, buscando confiar nele para dar a palavra final sobre os rumos da família. Lembre-se do exemplo bíblico da relação entre a igreja e Cristo. Quanto mais submissa a igreja é a Cristo, mais livre ela é.
A submissão bíblica é, literalmente, “colocar-se sob a autoridade de alguém”. Isso significa que a mulher foi chamada para reconhecer e sujeitar-se à autoridade do seu marido, naquilo que for lícito. Isso não retira de nós a possibilidade de falar nosso ponto de vista sobre cada assunto da família, mas em todos os momentos precisamos confiar a decisão final ao nosso esposo.
Quantos casamentos estão naufragando porque a esposa não dá ouvidos ao marido, e este por sua vez, se exime de analisar as situações e tomar a decisão final. Veja o exemplo que lemos no livro “Feminilidade Radical”, a autora foi praticar um esporte em que o namorado tinha bastante experiência, ele tinha a função de observar o caminho e definir a melhor rota entre as pedras, e a autora conta que sua função era de manobrar o barco para a direção que ele a estava orientando.
No início ela relutou ouvi-lo e isso quase custou a vida dos dois, mas a partir do momento em que ela o ouviu e agiu conforme as instruções dele, eles não só conseguiram chegar ao final do percurso como foi um momento prazeroso. Minhas irmãs, não se deixe guiar pelos discursos feministas que falam da liderança compartilhada, acredite que se Deus deixou a liderança do lar sobre o nosso esposo obedecer a esse modelo só vai gerar benefícios para a família como um todo.
Ser submissa não nos diminui. Vemos isso em 1 Coríntios 11.3 quando Paulo diz: “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.” Assim como Cristo não é inferior ao Pai, por ser o Pai o seu cabeça, a mulher não é inferior ao seu marido, por ser ele o seu cabeça.
Precisamos manter as orientações de nosso esposo para a família, mesmo em sua ausência. Mas se o marido e ímpio e ele está claramente ensinando os seus filhos a pecar, você como mãe sábia deve de forma discreta ensinar o que a palavra de Deus ensina.
Precisamos saber esperar a decisão do nosso marido. Espere que ele pense e pondere definindo o melhor caminho a seguir. Nós mulheres temos uma tendência maior em decidir as coisas pela emoção, mas nosso esposo analisa, muitas vezes, as situações com mais objetividade que nós.
Ouça seu esposo de coração aberto em todas as observações dele. Quanto crescimento podemos ter se ouvirmos os conselhos bíblicos de nosso esposo. Mas lembre-se ninguém pode ter maior primazia no seu coração do que a lei do Senhor, então a sua submissão ao seu marido não pode estar acima da sua submissão ao seu Senhor Jesus Cristo.
Várias mulheres da história da igreja foram exemplos de submissão, mas gostaríamos de destacar a vida de Margaret Navarra (1492-1548) ela foi a primeira princesa a se tornar reformada na França, devido a pregação de Lefevre em 1512. Margaret pelos interesses do reinado foi dada em casamento a um homem ímpio que não queria desagradar os católicos impedia que ela fosse até um ambiente público para cultuar com os demais irmãos. Sendo assim ela se reunia as escondidas com os súditos do palácio que haviam aceitado a fé protestante e ouvia secretamente os pregadores da palavra de Deus. Ela não viveu para ver sua fidelidade ao seu redentor produzir frutos, mas sua filha Jeanne d’Albert foi uma mulher corajosa e seu filho se tornou o rei da França dando permissão aos protestantes de cultuarem livremente a Deus.
Por vezes as esposas cristãs de maridos incrédulos ficam abatidas porque desejarem um casamento cristão e acham que nunca serão felizes a não ser que seu esposo se converta, mas há uma verdade que deve ressoar mais forte do que esses pensamentos, a medida em que essa esposa obedece ao Senhor, ela corresponderá ao seu esposo com um comportamento cheio de temor. “É muito provável que sua piedade e respeito por ele quebrantem seu coração para com ela, mas se isso não acontecer ele poderá se distanciar. Se ele deixar o lar não será pela conduta dela rixosa, desrespeitosa, mas pela repulsão ao viver piedoso dela”.
Nossa submissão independe se nosso esposo é cristão ou
incrédulo. Nossa submissão sempre será em primeiro lugar a Cristo e pensar
dessa forma faz total diferença na nossa disposição de coração para a
submissão. Não aceite a definição de submissão imposta pelo mundo, mas fique
com a submissão bíblica e que tanto produz glória ao seu marido e muito mais
honra e glória ao nosso Amado Salvador, Jesus Cristo.
1.5- A quinta marca que eu irei tratar nesta noite é que a esposa piedosa é respeitosa: O apóstolo Paulo diz em Efésios versículo 33: “Não obstante, vós, cada um de per si também ame a sua própria esposa, como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido”. Com isso ele estava orientando que a esposa dirija ao marido ações e palavras que deixem claro o respeito que ela sente por seu esposo. O respeito ao esposo indica que a mulher confia em Deus, por meio de sua fé ela se mantém com um espírito gentil e manso.
Lembre-se do exemplo de Sara, mesmo tendo visto seu esposo temer dois reis os países em que peregrinavam e sentindo ela mesma as consequências das decisões equivocadas de Abraão ela o respeitou e o chamou de senhor. Veja que Sara é mencionada pelo apóstolo Pedro em 1 Pedro 3.5-6: “Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.”. Veja como o respeito de Sara se tornou referência da conduta da esposa bíblica. Deus se agrada quando a esposa trata o seu marido com respeito.
Por vezes nossa insatisfação com a forma como nosso esposo lidera a família nos torna descontentes com a sua liderança, mas nós mulheres precisamos exercitar o contentamento nesse sentido, e o respeito perpassa por pensarmos e falarmos de modo amável com ele. Nas palavras de Nancy Wilson, no livro “O fruto de suas mãos” lemos:
“O descontentamento cega as mulheres para as boas qualidades que o marido possui. Quando se cultiva gratidão e respeito pelo marido, a esposa encontra mais e mais coisas a respeitar” O descontentamento nos torna mulheres amargas e desprovidas de análises realmente bíblicas sobre as situações. O descontentamento da esposa no casamento deve ser combatido com todas as ferramentas que tivermos a mão. A orientação da palavra de Deus é “Fazei tudo para a glória de Deus” (Fp 2.14) evitando assim outros pecados, como ira, manipulação e amargura.
Não esqueça que o respeito ao nosso marido não depende de nos sentirmos prontas ou não para isso. Muitas vezes não vamos respeitar porque estamos suspirando de paixão por ele, mas sim porque sabemos que isso agrada a Deus. Independente dele estar ao nosso lado ou não, devemos respeitar da mesma forma, não expor o descontentamento com nosso esposo ou ridicularizá-lo na frente das pessoas são algumas das atitudes práticas que brotam desse respeito que certamente vai dar ao seu esposo alegria e deleite.
Aplicação: Não fale do seu esposo nem além nem aquém do que o necessário. Precisamos corrigir nossos lábios para não expor as falhas do nosso esposo para ouvidos errados. O que achamos que são falhas dele devem ser ditas a ele, a não ser que exista risco a sua vida e de seus filhos. Para isso temos órgãos de proteção legal para as esposas que sofrem violência doméstica ou qualquer outro tipo de violência contra alguém no seu lar.
Segundo Nancy Wilson em seu livro “O fruto de suas mãos” “Respeito o equipa, encoraja e traz grandes bênçãos para a família inteira... falta de respeito destrói o marido” Respeite seu esposo no seu coração e corrija pensamentos pecaminosos de desprezo por ele. Destaque em seu coração as boas qualidades que ele tem e que lhe conquistaram quando vocês namoravam. Elas ainda estão nele, mas o nosso pecado evidencia os ultrajes que recebemos tornando turva a nossa visão as qualidades de nosso esposo.
1.6- Em último lugar A esposa piedosa é aquela que tem vida frutífera: A esposa piedosa planta sementes de temor a Deus, fidelidade as Escrituras, auxílio, submissão e respeito no decorrer dos anos. Seu esposo e filhos vão sendo diariamente alvos de suas orações. Com o passar do tempo, os frutos começam a aparecer.
Olhemos para o Salmo 128.3: “Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera” (Sl 128.3a), nele há uma descrição da esposa piedosa como uma videira. Ela é sinônimo de abundância, de beleza e de alegria para quem usufrui de seus benefícios. No antigo testamento Deus usa a alegoria da videira para Israel quando diz que como se fosse um agricultor ele cuidou muito bem a videira chamada Israel. E ele queria que essa videira desse os frutos, mas não foi isso que aconteceu. Já no novo testamento quando Jesus encarnou, ele disse: “eu sou a videira verdadeira” enquanto Israel foi a videira que não deu certo. Jesus é a videira em quem todos podem confiar que vai dar bom fruto.
Ao dizer que a esposa piedosa é como uma videira frutífera no interior da sua casa o salmista se refere a dois tipos de fruto: Como sinônimo de ter filhos: Lemos isso no salmo 127 em que mostram os filhos como o fruto do ventre dessa mulher. Mas os filhos, não são os únicos frutos que a bíblia fala que a mulher deve produzir, existe um frutificar espiritual que inclusive é mais importante e independe se temos filhos ou não.
A mulher piedosa demonstra as marcas do caráter de Cristo, o que na bíblia também é conhecido como fruto do Espírito. Ela ama com liberalidade, age com bondade, ensina com paciência e mansidão, luta pela paz no seu lar, exerce o domínio próprio para consigo mesma, sendo fiel ao seu Deus e ao seu esposo e dentre todas essas coisas têm humildade para crescer em sabedoria da parte de Deus.
A principal missão da esposa piedosa é frutificar dentro do lar, porém isso não significa que ela não frutifique fora. Quando olhamos para provérbios 31 vemos uma mulher que frutificava fora da sua casa também, no seu trabalho, ajudando outras pessoas, e falando com sabedoria.
Portanto, finalizo dizendo que como esposas piedosas, precisamos manter sempre em mente todas as verdades que Deus planejou para nós, que nosso coração sendo mantenha refugiado em Cristo sendo servas fiéis desse Deus maravilhoso. Ame ler e entender a palavra de Deus, imprima em seu coração as doutrinas que podem lhe animar nos dias maus e fortalecer o seu casamento.
Seja uma esposa que auxilie o seu marido com doação de mente e corpo, buscando ser submissa em todas as questões que não forem pecaminosas e nesse mesmo sentido respeite o seu esposo mantendo um espírito manso e humilde. Lembre-se que os frutos não nascem da noite para o dia, por mais que o seu crescimento pareça demorado, eles virão. Se trabalharmos com os olhos fitos no futuro não vamos considerar o caminho tão árduo.
“As marcas das famílias cristãs deve ser a visível demonstração do seu amor nas circunstâncias corriqueiras do seu dia-a-dia, nas muitas oportunidades para mostrar que o amor tudo suporta” Edith Schaeffer
Assista essa palestra no youtube:
Referência bibliográfica e indicações de leitura:
1. Nancy Wilson. O fruto de suas mãos. Editora Clire, 2018;
2. Douglas Wilson. Reformando o casamento. Editora Clire, 2012;
3. Michel Araújo. Aconselhamento para casais. Curso de aconselhamento Bíblico, 2014;
4. Carolyn MacCulley. Feminilidade radical. Editora Fiel, 2016;
5. Augusto Nicodemus. Blog “Oh tempora oh Mores”
6. http://www.mulherespiedosas.com.br/como-ser-uma-esposa-piedosa-por-mary-beeke/ Texto acessado em 26.07 as 15:43hs;
7. O Que Deus Diz sobre as Mulheres, de Kathleen Nielson, Editora Fiel.
8. Martha Peace. A esposa excelente editora fiel;
9. Noel Piper. Mulheres fiéis e seu Deus maravilhoso editora fiel;
10. James Good. As grandes mulheres da reforma protestante. Editor Knox publicações;
11. Edith Schaeffer. Celebrando o matrimônio. Editora cultura cristã;
12. Jerry Bridges. Exercita-te na piedade. Editora vida
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